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sábado, 25 de abril de 2015







Dentre as piores coisas que fazem os seres humanos, está o amor.

Se deixar amar alguém é entregar-se sem qualquer previsão de se ter de volta, porque quando o outro nos devolve para nós mesmos não é nem de longe com a mesma delicadeza que nos entregamos.
   Num instante estamos embrulhando em seda a melhor parte de nós, no momento seguinte essa mesma parte é arremessada contra nossas cabeças, dispensando o aviso de "frágil" e nos despedaçando de vez. como dói recolher os cacos, um a um, vendo destruído diante de nossos olhos milhares de planos, de sentimentos, de sonhos que, apesar de confusos, continuavam lá.
Inutilmente jogada nas cordas desses ringue, constato que boa parte do amor foi inventada para suprir nossos desejos profundos de sermos completados, transbordados, acompanhados ou o que preferir acreditar.
Acontece que todo mundo tem um limite máximo para lidar com as insuportabilidades do outro, para adaptar-se ou explodir de vez. Ficamos esperando mudanças como se fosse só uma questão de tempo até tudo se encaixar perfeitamente, numa dança de movimentos sincronizados, mas depois de tanto ensaiar o passo, acabamos por errar.
    Amor é a pior coisa do mundo, sozinho não é suficiente, mas misturado também não dá certo.
Somos medidas diferentes esperando um medidor exato, perfeito. Mas nossos defeitos sempre boicotam as possibilidades de dar certo.
O que para você é algo mínimo, sem grande importância, até mesmo engraçado, para mim é essencialmente torturador, e vice-versa. Não somos realmente capazes de entender e aceitar o outro a menos q
ue sejamos também entendidos e aceitos. Não importa o treino, a luta ou o adversário, o amor sempre acaba em nocaute.

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