
As primeiras civilizações humanas eram organizadas em tribos que habitavam aldeias. De tempos em tempos realizavam rituais para reverenciarem seus Deuses, a lua e o sol, e se conectar as forças da NATUREZA, agradecendo as dádivas que a MÃE TERRA lhes proporcionava.
Nesses rituais tribais, passavam dias celebrando através das artes e da dança. O som repetitivo dos tambores agia como uma espécie de mantra, provocando um estado de transe e expansão de consciência. Levava seus participantes ao encontro do EU VERDADEIRO, através de meditação espontânea. Em algumas tribos eram utilizadas ervas alucinógenas para aumentar as percepções sensoriais. Toda essa atmosfera criada emitia uma freqüência vibracionária elevada, como se o coração de GAIA pulsasse em direção aos confins do UNIVERSO, que respondia com a manifestação de uma FORÇA DIVINA SUPREMA, gerando a clara sensação de UNICIDADE.
Com o passar do tempo, as pequenas aldeias se transformaram em cidades. A figura do Xamã, que era o líder na escala hierárquica das aldeias, foi substituída pelas autoridades políticas, civis, religiosas e econômicas. Os homens passaram a organizar-se em sociedades, guiados por suas autoridades, como um rebanho de ovelhas por um pastor. O modo de vida das pessoas passou a ser padronizado, e a ligação com o COSMOS diminuiu gradativamente. A MÃE TERRA deixou de ser reverenciada. O homem passou a agredi-la de forma progressiva, agindo como um vírus que deteriora o organismo no qual se instala.
Vale ressaltar que ainda em tempos modernos, podemos encontrar tribos que vivem como as primeiras civilizações, e fazem seus rituais de celebração. Mas se encontram em lugares remotos, vivendo num mundo totalmente a parte, sorte deles.
Durante séculos os rituais de celebração e ligação com as forças da NATUREZA mantiveram-se adormecidos. Até que no final da década de 80 surge em GOA, na Índia, um movimento psicodélico influenciado pelo princípio da música eletrônica.
Goa era um estado independente da Índia, caracterizado pela liberdade, tolerância religiosa e diversidade cultural e por isso tornou-se um ponto de encontro internacional para “new agers”, místicos, anarquistas, traficantes de drogas, filósofos e pessoas interessadas em espiritualidade. Mochileiros europeus e americanos que buscavam fugir do inverno rigoroso e da busca por uma posição no sistema ocidental estabelecido, encontraram em Goa seu porto seguro.
Inicialmente, as festas na praia eram movidas pelo rock psicodélico e pelo reggae, com decorações da mitologia indiana e cores fluorescentes. Entre 1987 e 1988 a música eletrônica foi inserida no cenário, encontrando certa oposição inicial, mas logo a faísca pegou fogo e passou a fazer parte da cena de Goa. As primeiras Raves surgiram em Hamburgo, na Alemanha, marcando o reencontro dos mochileiros de Goa em solo europeu, e assim passaram a acontecer periodicamente por toda Europa e posteriormente espalharam-se pelo mundo.
A partir daí, os seres humanos em maior conexão com a NATUREZA resgataram os rituais de celebração contextualizando-os e adaptando-os ao mundo pós-moderno através dos FESTIVAIS DE TRANCE. A expansão de consciência outrora alcançada com maior facilidade através de ervas alucinógenas passou a ser atingida pelo uso de substâncias sintéticas tal como o Ácido Lisérgico Dietilamida e o MDMA. A batida repetitiva dos tambores foi captada pelos sintetizadores eletrônicos e misturada a mantras orientais e sons psicodélicos, criando um estilo musical conhecido inicialmente por GOA TRANCE e posteriormente por PSYTRANCE que acabou englobando o estilo anterior como uma de suas vertentes.
O fogo sagrado aceso por nossos ancestrais foi redescoberto, e em tempos de despertar de consciência a aldeia global reaprendeu a reverenciar a sagrada MÃE TERRA. “Somos todos irmãos, filhos da Terra. Este é o momento de celebrarmos a vida com PAZ, AMOR, UNIÃO e RESPEITO.”
Texto escrito por meu grande amigo João Iserhard, o ser mais evoluído espiritualmente que já conheci.
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