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terça-feira, 12 de maio de 2015

Sobre mim

Meu cabelo é selvagem
Porque nunca quis domar
Meus olhos são grandes e atentos
Porque já viram tantas coisas que não querem perder nada
E sabem que precisam ser atentos
Meu nariz é pequeno para que não seja empinado
E nele possam entrar singelamente todos os ares e aromas
que eu puder respirar
Meus lábios são macios e rosados
Mas escondem dentes tortos e acavalados
Para que eu lembre que nem tudo nessa vida é de acordo com as minhas vontades
Tenho orelhas tão pequenas que quase não se acredita em tamanha audição
Meus ombros são curtos e magros, mas já foram o melhor alento para o sofrimento de alguns
Meus seios são escandalosos
Tapo, aperto, disfarço
Serão para sempre o fardo
Por aqueles que jamais me olharão nos olhos
Tenho uma cintura bem fininha
A barriga é magrinha
Mas o estômago ainda vai me matar
cuido dele direitinho
Não como bicho morto, não gosto de comprimidos
Mas ainda assim ele parece me odiar
Minhas mãos são minha parte mais bonita
Pois apesar de serem magras e compridas
São elas que me fazem (me) realizar os sonhos
De escrever, de pintar

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