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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O cogumelo

Outro dia me disseram que eu faço tudo do teu jeito, de acordo com as tuas vontades, mas o que ninguém sabe é que as tuas vontades são também as minhas vontades, que os teus medos e anseios partilham cada minuto de dúvida comigo. Faço tudo do teu jeito mesmo, meio cogumelesco, brotando ideias a se compartilhar. É estranho que ainda hajam algumas pessoas que demorem a perceber que a nossa conexão é bem maior que esse mundo, que esse amor manjado que todos conhecem. Nós dois somos diferentes de tudo que habita esse solo já não tão sagrado. Meu coração era um cogumelo escondido dentro da Terra, temendo a luz do sol na superfície, o horror da vida no mundo lá fora, mas então tu chegaste com a delicadeza de um artista e cantou a canção mais bonita, me fazendo surgir do escuro diretamente para uma claridade equilibrada e ao mesmo tempo ofuscante. Meu coração era o cogumelo que tu comeste numa tarde de sol, o meu amor é a tua psicodelia, o teu amor me mostrou as profundezas do ser, do sentir, do pensar, do querer. A maior experiência psicodélica que eu tive na vida foram os teus beijos, os teus braços e abraços que me transportam para um mundo onde o mal não existe. E cada vez que eu penso na existência plena de nós dois nesse mundo caótico, eu penso que enquanto estiveres aqui, estarei segura. Não sei se é a magnitude dos teu olhar, ou o encantamento do teu sorriso torto, talvez seja o tom de voz sempre tão calmo, mas algo no teu ser desperta bondade em mim. Todos os dias eu penso que, se existisse alguma beleza no imenso vazio que há ao redor de Deus, seria o verde dos teus olhos que, quando penetra nos meus, bota o eixo do mundo no lugar, me faz entender o sentido da vida, me faz querer viver, apesar de tudo.

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