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sexta-feira, 2 de julho de 2010

Princesas.



Desde pequena, meu pai me chamava de princesinha, desde sempre eu tive mais de uma coroa em casa e a plaquinha que fica pendurada na porta do meu quarto diz "aqui dorme uma princesa". Já fiz aulas de etiqueta, já li livros dignos da realeza e fui ensinada a agir sempre com delicadeza.
Mas o que torna uma princesa, princesa? Garanto que não é o quilate do ouro na tiara, tampouco o tamanho do seu jeans de marca.
Durante muito tempo tive a pretenção de achar que podia ser digna de algo assim somente pelo rímel nos cilios, jeans 36 e uma bela coroa. Mas foi depois de bem mais velha que eu pude ver o que uma princesa realmente faz. Quando me decidi a fazer trabalho comunitário em um orfanato e vi crianças que foram abandonadas, rejeitadas e que sofreram todo tipo de abusos sorrirem, me abraçarem e fazerem festa quando eu chegava, foi aí que me senti princesa, capaz de fazer sorrir quem jamais teve motivos pra isso. Nas vezes em que me descobri traida pelo amor da minha vida e me controlei, respirei fundo e não alterei o tom da voz. E quando perdi minha melhor amiga, fui superior o bastante para não me desesperar e apenas ignora-la até poder ir para casa.
Foram pequenas conquistas para uma geminiana que realmente tem outra por dentro, mínimos controles no meu gênio forte e uma descoberta de amor maior por todas aquelas crianças que cuidei. Sinceramente, acho que eu precisava mais delas do que elas de mim, minha sede de amor e realidade superava toda a carência de afeto que elas tinham.
Melhor amiga foi o que eu descobri quando pude deixar o covil que me guardava durante o carnaval e foram todas as decepções, todas as mentiras e traições que passei durante o ano de 2009 que me fizeram amadurecer a ponto de transcender de mim mesma. Afinal de contas, quem mais me fez chorar, foi consequêntemente, quem mais me fez feliz.

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