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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Sabe-se lá se está vestida, ou dorme transparente.

Tem coisas na vida que não conseguimos fugir, é uma triste realidade, mas há momentos em que temos todas as armas apontadas, prontas para atirar e repelir para sempre aquela ameaça tão tentadora, mas é bem nessa hora que o gatilho falha e caímos na fenda entre nossas decisões. Eu acabo de entrar na fase dos "vinte e poucos anos", mas já tenho um tremendo receio dessa história de me relacionar, porque sei que nada no mundo dá mais problema que se apaixonar. Principalmente se ele for mais velho, principalmente se morar longe e, principalmente-mente se for completamente louco. Mas se não é nada disso, não me interessa. Essa é outra triste realidade que preciso assumir, não sei se é comum de todas as pessoas tenderem sempre ao lado mais infame da coisa, mas pros lados desse coração de geminiana acontece muito. Fui indo durante muito tempo, juntando os pedaços do meu coração na primeira vez em que foi partido, arrumei diversas pessoas para me ajudarem a cuidar dele, cresci, apareci, me apresentei de novo para mim mesma e quando estava absolutamente sólida e certa, vem aquele diabinho lindo com os dentes da frente separados sussurrar no meu ouvido que a vida é linda e que só se tem vinte uma vez. E eu esqueço de esquecer disso e passo a refletir, depois a concordar e quando me dou por conta, estou deitada no meio da madrugada assistindo uma lua cheia majestosa da janela do meu quarto, escorada no braço dele. E aí fudeu tudo! (com o perdão da palavra) O problema todo é que eu não aprendi a brincar com a liberdade, porque mesmo estando livre, leve e solta, dentro de mim a imagem da gaiola começa a me amedrontar. E aí sim estarei total e completamente fodida na vida, apaixonada por um bom vivan que vive sua vida linda em outro estado enquanto me mato de estudar pra quem sabe ser alguém um dia, mas o que me assusta nem é isso, é a vontade que eu sei que vai bater na minha porta de largar tudo e sair correndo pra viver de momento e esquecer o planejamento que passei a vida fazendo, pra viver depois. E também não é nem tanto por isso, mas porque sei que um dia eu vou acordar e o sonho vai ter se desfeito, e eu vou me arrepender amargamente depois. Pensei que nunca ia aprender essa coisa de prever as coisas, de saber, só de olhar, como vai se desvendar tudo na vida. E o que mais me aterroriza, dentre todas essas coisas loucas, é que, nesse momento, quero muito entrar no furacão, fechar meus olhos e só abrir pra ver onde ele me deixou. São ciclos e ciclos se formando e se desfazendo dentro de mim, sumindo no ar, que é nosso elemento. Não posso te dar nome, mas tenho a plena lembrança da sensação que é a tua barba pinicando meu rosto enquanto eu durmo e de todo e qualquer "linda" que tenha ouvido durante os três dias que viraram uma semana, que virou oito dias, que virou uma semente daninha se disfarçando de flor dentro de mim. Penso também que não sei porque penso tanto nisso, me deixa em agonia imaginar uma vida do teu lado e ao mesmo tempo eu sei que isso não daria certo, que provavelmente nem aconteça e eu nem sei também o que se passa dentro da tua cabeça que eu mal conheço. Tenho que admitir que o que me põe em cheque é o tempo que tu me dedicou, toda a pura insistência, a certeza de que nós dois juntos seria ótimo, a descarada certeza disso. E aquele olhar. Ninguém nunca me olhou tão profundamente em toda a minha vida, me senti nua por cinco segundos, como se o universo tivesse ficado mudo naquele instante, só pra gente se olhar. Devo mesmo estar descalcetando da cabeça de vez, eu que já tinha pensado até em trocar de lado, agora ficar escutando mpb e dando uma sambadinha dentro de casa, as coisas mudam, quebrando-se paradigmas.

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